PODRE ESPANTO

*no mesmo lixo em que me criei
*canto de pássaros mortos de fome escutei
*na esperança de morte me lancei

vida
ferida
excluída

azedo
amargo
amorfo
avaro

atenção

no ar o podre cheiro de carnes em decomposição, as quais gusanos insanos devoram por fome apenas, sem razão.

enforco-me
retalho-me
arranho-me
esgano-me
e não morro

*a morte que planejo não é trágica, talvez mágica, lenta
*num corpo fraco, morto, que não se alimenta
*que o peso da cabeça não mais agüenta

morreu
apodreceu
evaporou
desapareceu

num breve momento, apagado de todo o pensamento, ninguém se lembrou, ninguém reclamou, morreu e acabou.

*e eu sentado escrevendo
*ainda vivo. ainda sofrendo.

Nenhum comentário:

Música

não minta que sente fingindo descente dizendo que não me viu quem nunca mentiu não desista da guerra que a luta encerra no peito que feriu q...