PENSAMETOS

Rir-se de quê?
De si mesmo
Dos outros
Dos bichos
Das plantas
Pensamentos
A esmo
Rotos
Em nichos
Me espantas

Na noite em que me extasio
a pensar em bobagens
andando na escuridão
Os sonhos que fantasio
em meio a estas miragens
despertam-me da solidão
Cantando... num ritmo que criei...

"Vou embora
Não olho pra trás
Sem demora
Vou embora
Não volto mais
Em meio a escuridão"

Oh Boa Morte! Dê-me a vida como castigo
Viver só, infeliz, sem amigos
Num canto do quarto escuro... que eu inventei...

É SOLIDÃO

Hoje acordei inspirado
na vida tudo errado,
faço rima de pé no chão.

Estudei romance de cordel
para passar para o papel,
o que não sai do coração.

Uso palavras ao avesso
por pensar que mereço
nos versos achar solução.

Nada é tão simples assim
do que escrevo pra mim,
tudo é louco e sem razão.

Se funciona
não soluciona,
é pura pretensão.

Fico eu e a folha que branca era
o triste verso não vinga, não prospera,
não é clássico, é tácito, é solidão.