FOLHAS

Há tempos que “as folhas” me olham desconfiadas
Do suicídio que me permito dia-a-dia
Infelizes árvores abandonadas
Trancadas pela rotina vazia
Elas riem-se, debocham de mim
Como se não estivesse perdido
E minha vida fosse sempre assim.

A triste beleza do outono
Traz à vida a luz de um novo amanhecer
Deste caderno azul sem dono
Que rejeita-se a deixar-me adormecer...

MÁQUINA REBELDE

Máquina rebelde atreve-se a me desafiar?
Quando digo: “– Vai daqui para lá!”, não se move.
Indiferente fica parada a me questionar.
De frio não morres
Do calor sempre reclama
Não me socorres, não sais da cama.
Quem é teu comandante?
Sempre com defeito
Sempre com problemas
Corre demais
Cansa demais
Ri demais
E nunca chora.

Não há nada no teto que te interesse
Nem mesmo na rua que lhe deva atenção
Para de estar deitada
A vida é o que você merece
A vida é sua única solução!

Oh máquina, tão perfeita e tão falha!
Vai e segue teu caminho
Às vezes sozinho
Ás vezes na multidão.
Boba e ingênua máquina
Pensa que o mundo se importa
A felicidade, máquina tola,
Não baterá tão cedo sua porta.
E mesmo que aconteça
É obra do acaso, obra boa que talvez te careça.
Mesmo que nada venha
E que pressa tenha
Não sonhes, apenas levanta-te!

Ah! Máquina, ainda há doença, amarguras e mágoas!
Tanto sofrimento por vir
E nada podes fazer para esconder-se ou fugir
Nem tens para onde ir e nem podes ficar...

Pare de se rebelar!
Torne-se minha aliada
Ajude-me a cumprir minhas metas
Por estas estradas tortas e retas
Venha comigo sem se preocupar com nada
Ou apenas me acompanhe
Mas não deixes que o tempo imprevisto te ganhe.

01110000 01101000 01110110 01110110 01101100 01100100 01110110

Música

não minta que sente fingindo descente dizendo que não me viu quem nunca mentiu não desista da guerra que a luta encerra no peito que feriu q...