CIVILIZAÇÃO

Estou com sono, muito sono
Cansei de estar acordado
Se quero beber, bebo
Se quero comer, como
Mas continua tudo errado.

De nada adianta o civismo
Iluminismo, cristianismo
Tanta coisa na cabeça
Para que cedo ou tarde se esqueça
A vida cheia de remanescências

É a vida em decadência
Tão boba, tola, pequena
Mesquinha, “vida problema”
Alienados, desmiolados, mal-amados
Seguem vivos sem viver, bitolados.

Ah! Se eu manda-se no mundo
Não haveria festa, só lamento
Sem essa gente cabeça-de-vento
Escrevendo a vida em verso imundo
Sem tu, sem eu, e fim de história.

ROTINA

Comprimido pra dormir
Outro para acordar
Vitamina pra não cair
Anestésico para suportar

PASSAGEM

Quando foi que acabou
O motivo da alegria
A paz de um novo dia
A certeza que restou

Onde estará o que resta
Da ambição pelo bom da vida
De uma paixão cinza e colorida
Destas pretensões de final de festa

O sangue das veias congelou
Ela nem queria saber
Como vento ela passou

Eu não podia crer
Meu mundo desabou
Desde então passei a viver.

F OU V

Fico olhando você
Esperando um sinal verdadeiro
Respostas ao meu desejo
Nocivo e sem razão ou “porque”
Apenas de amor faceiro
Nascido da falta de um beijo
Defenestrado de meu peito
Antiquado ao meu coração

Obra do acaso
Usufruto da emoção

Valha-me deus, por sua beleza
Adversa a maldade do mundo
Neutra a minha avareza
Estranho aqui sou eu
Sofrendo como moribundo
Sem dizer o que realmente sinto
Apenas minto, escondo a paixão.

DESENHANDO


Faço versos obscuros
Com sentidos escondidos
Que ainda não maduros
Caem da folha e rolam pelo chão

Do coração banidos...
Agrupam-se aos pares
Acabam tremidos
Ou explodem pelos ares.

SIMPLES

Eis a pequena folha iluminada
Pelo sol, absorvida de esplendor
A vida por ela libertada
Faz encher o coração de amor.

UM NOITE TRISTE

Faz frio
Eu que não me agasalho tremo
Dos olhos as lágrimas escorem
Como um rio
Por mais que os pensamentos chorem
O mundo continua sereno.

Música

não minta que sente fingindo descente dizendo que não me viu quem nunca mentiu não desista da guerra que a luta encerra no peito que feriu q...