ROSAS

Rochas em meu caminho,
por onde vou sigo sozinho.
Não acredito em nada,
não confio em ninguém,
ninguém que não mereça um pouco de carinho.

Ondas no mar por onde vou,
minha mente há muito naufragou.
Quem me dera amar como já amei,
sonhar como já sonhei,
morrer como já morri.

Santo num sarau ou velório,
genial ou simplório.
Páginas sem fim para ler,
mais vidas para viver,
viver e esquecer que vivi.

Antagonista de mim mesmo,
voltando pra casa a esmo.
Vendo pessoas ao meu redor,
cujas almas esmolam felicidade,
ao meu redor como irmandade.

Nada da vida conheço,
parado pensando envelheço.
E não saio do lugar que estou,
preso ao nada que restou,
preso na minha solidão... só.

Golpes em meu coração,
pedaços de vida pelo chão.
São as rochas em meu caminho,
tudo que senti se desfez,
se desfez sozinho.

Esperança não mais me interessa,
de viver tenho pressa.
Não sentir mais esta dor,
em seus braços viver de amor,
de ilusão e se conformar.

Logo minha vida passa,
fico eu palhaço sem graça.
Em luto no picadeiro,
chorando pelo leite,
e o tempo que assim me aceite.

Agora não mais lamento,
nem mais perco tempo.
Superior a tudo e a todos,
me curvo e obedeço,
vivo, penso, espero e envelheço.

Recomeço a ler minha vida
sem muito interesse
tão bem vivida
tão cheia de paixão
tão vazia de mim.

Olho tudo com indiferença,
nada mais importa
a vida passou
o tempo passou
o amor passou.

Sonhos, ilusões, supertições,
que antes me eram tudo
e agora desaparecem
desmerecem
desfavorecem.

Amo, não como antes,
agora sei amar
seus limites
minhas fronteiras,
paixão da vida inteira

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