UM DIA QUALQUER...

Acabou, não sei o que foi, nem quando começou,
Só quero descobrir porque acabou...

Vejo o pouco que restou, de tudo que não ficou
A terra deserta, os esqueletos pelo chão queimado,
Um louco que sobrou, apenas um que não tombou,
Nesta paisagem que aos olhos tem um leve agrado.
Do que vejo, do que sinto, nada mais importa
Mesmo que pudesse ser como era antes do fim
Que houvesse uma ressurreição de todos os sentidos
Da vida e do amor que bateu em minha porta,
Não, eu não guardei nada do que foi pra mim,
Satisfeito com os solos e céus derretidos.
Se a luz apaga-se neste momento, o que é que tem?
Se a vida se esvai agora, por que me preocuparia?
Nunca antes pensei que o dia de amanhã sempre vem,
Que depois de uma década outra sem falta chegaria.
Um pedaço podre de carne no chão, ruído por ratos
Aves negras procuram os corpos dos homens mortos
Em pé diante do desastre me delicio com o zunzum das moscas
Sinto o sangue que escorre das marcas dos maus tratos
Toda a dor que nasce e cresce destes caminhos tortos
E levam embora minhas memórias, minhas vontades toscas.
Nem vida, nem morte, nem azar, nem mais nada
Amarelo, vermelho e cores negras de puro medo
Procuro nas sombras uma terra transformada
Cheio de ódio, raiva e o que puder sentir
Repito, estou satisfeito com o fim, como terminou
Amanhã nascerá o sol, um novo dia para sorrir
E pensar no que houve, no que foi, porque acabou.

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